Você sabe os conceitos da tricologia? Pioneira no assunto no Brasil, Patrícia Maciel explica que os cabelos têm um comportamento tão sazonal quanto as plantas e que podemos aproveitar cada um desses ciclos para fazer cuidados específicos – que terão bons resultados se realizados na época certa.
Segundo ela, a poda consiste em tirar todas as pontas duplas dos cabelos, com o objetivo de fortalecer o fio e impedir que ele se abra ou lasque. “É como tirar as folhas secas de uma árvore. Não significa cortar nem mexer no comprimento”, esclarece.
Nessa técnica, os profissionais tricologistas utilizam uma lupa para verificar o estado de cada fio, de dois em dois milímetros. O procedimento, em um salão especializado, pode demorar até cinco horas. Mas a especialista diz que é possível fazer a poda em casa mesmo, com a ajuda de uma pequena tesoura, cuidado e paciência. “Cortar radicalmente o comprimento nem sempre resolve, pois muitas vezes os cabelos mais jovens já possuem pontas duplas”, detalha ela, que dá à técnica o nome de “hedaguê” – uma herança de seus anos de estudo no Japão, de onde trouxe esse conhecimento para o Brasil.
Já a coloração, de acordo com a tricologista, deve ser feita sempre antes da exposição solar e o cabelo deve passar por uma hidratação intensa entre a coloração e a exposição ao sol. Segundo ela, esse tipo de cuidado vai impedir que o cabelo fique completamente estragado quando exposto ao sol, ao sal da água do mar e ao cloro da piscina.
Soluções caseiras
Patrícia dá dicas de hidratação que podem ser feitas em casa. Ela chama a atenção para o fato de que, quando alguém percebe que seu cabelo está oleoso, normalmente tenta retirar toda a oleosidade da raiz e do couro cabeludo. “Isto é um engano. Quanto mais tiramos a oleosidade, há mais estímulo para produzi-la. É o chamado efeito rebote”, diz.
Por isso, a solução é manter tanto os cabelos quanto o couro cabeludo bem hidratados e nutridos. Ela recomenda passar, quinzenalmente, azeite extra virgem em toda a cabeça, da raiz às pontas do cabelo, e deixar durante toda a noite. No dia seguinte de manhã, lavar o cabelo com o xampu habitual até retirar todo o óleo, secar com uma toalha e, então, aplicar uma máscara, feita com ½ abacate amassado e uma colher de chá de óleo (que pode ser azeite de oliva extra virgem, óleo de argan, de amêndoa, de gergelim ou de girassol). Depois de 15 ou 20 minutos, basta enxaguar. “Assim é possível equilibrar a oleosidade”, ensina.
Também é recomendável fazer uma proteção química do cabelo, queratinizando os fios e selando-os com uma chapinha de cerâmica. “Isso vai formar uma capa protetora no cabelo”, incentiva.
A alimentação também tem papel importante na saúde do cabelo. Consumir alimentos ricos em beta-caroteno e vitamina A (cenoura, laranja e abóbora, por exemplo) é uma maneira de proteger os cabelos (e a pele) dos efeitos nocivos da radiação UV. A tricologista lembra que já existem protetores solares em cápsulas, que podem ser consumidos 15 dias antes e durante a exposição solar. “Eles atuam na pele e no cabelo também”.
E, como a água – principalmente em São Paulo – está com baixa qualidade, devido ao uso do volume morto de alguns reservatórios, ela sugere fazer o último enxágue dos cabelos com água mineral ou filtrada. Para cada litro de água, acrescenta-se uma colher de sopa de vinagre de maçã. “É uma forma de desintoxicar o fio e de devolver o pH natural do cabelo”, explica.
Segundo Patricia, os resultados de tudo o que fazemos no cabelo são sentidos 40 ou 50 dias depois. Por isso, a hora certa para quem quer um cabelo bonito no verão é agora.
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